segunda-feira, abril 24, 2006

Duração média, 3 minutos


Na penumbra avermelhada do anfiteatro El Silencio, Fernanda ouvia o pianista de cabelos ruivos dedilhar uma música minimalista. Simultaneamente, uma lágrima minimalista repetia-se no canto esquerdo de seus olhos, mas isso Hugo ainda não havia notado. As notas caíam das mãos macias do pianista feito gotas de chuva salgada, um choro pequenininho ensopando o tablado do anfiteatro. Fernanda quis juntá-las e cortou o dedo numa das notas pontiagudas, mais parecia um dó menor. Hugo acariciou seu dedo em silêncio e, antes que a música minimalista chegasse ao fim, uma cicatriz mínima se formou no dedo mínimo de Fernanda. Na penumbra avermelhada do anfiteatro Hugo pôde perceber que Fernanda era toda cicatrizes, e que algumas feridas minimalistas se repetiriam ainda por muitos anos.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A cicatriz faz o caminho minimo entre a realidade da vida e a repetição do um sonho.

10:41 AM  
Blogger Luna Guerra said...

olá Mariana: hoje voltei de asunção e agora é que recebe teu mail. Sería muito legal a gente intercambiar coisas. Gosto dos teus textos, assim como das imagens do blog. Pensei que vc era argentina, pois tem um impecável espanhol. Meu mail pessoal é amarcelosilva@hotmail.com. Fico aguardando tuas noticias. Abraços. Marcelo

7:27 AM  
Anonymous Anônimo said...

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2:17 PM  

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