porque o tempo.
Alice saiu na foto de família. Surgiram de repente juntando os filhos no quadro fotográfico e Alice saiu sem querer, bem no cantinho, lendo um livro de Manoel de Barros. Alice estava distraída sentada num dos bancos quando eles chegaram barulhentamente na praça. Agora Alice não está mais lá.
Alice agora vive no porta-retrato de uma sala de jantar qualquer da vila Fanny, juntando pó ao lado de vasinhos de porcelana pintados pela tia, decorando o balcão de mogno comprado nas casas Bahia, fazendo par com outros retratos de gente desconhecida. E com eles irá envelhecer no interminável inverno das fotografias amareladas.
Ali mesmo, na sala de jantar da família.
Ali mesmo, na fotografia.
Alice e o Manoel.
Alice agora vive no porta-retrato de uma sala de jantar qualquer da vila Fanny, juntando pó ao lado de vasinhos de porcelana pintados pela tia, decorando o balcão de mogno comprado nas casas Bahia, fazendo par com outros retratos de gente desconhecida. E com eles irá envelhecer no interminável inverno das fotografias amareladas.
Ali mesmo, na sala de jantar da família.
Ali mesmo, na fotografia.
Alice e o Manoel.
posted by Mariana Sanchez at 8:08 AM
3 Comments:
Estou impressionado... Faz muito tempo que eu quero escrever uma história exatamente assim...
Bom texto.
sim. levaremos anos, uma vida inteira provavelmente, e nunca decifraremos tudo o que Julio nos legou. ainda bem! somos gratos a ele.
gostei muito do que encontrei por aqui e susan blum é um belo presente de amizade que recebi no ano passado. que bom. :* cassiano.
Alguém, ao menos, testemunhou esse encontro.
Gostei de suas referêcias a Cortázar em seu blog.
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