domingo, fevereiro 12, 2006

É proibido pisar na grama


Helena pisa no tapete macio da sala. Na outra parte da casa Horácio escuta o ruído sedoso do virar de páginas de um livro.
Mais uma daquelas leituras emergenciais na madrugada. Fora, a noite cai em gotas e o que se ouve é só o som de pneus molhados amaciando a avenida.
A agulha finalmente se separa do disco depois de dar sua última volta, chia chiando. É três da manhã e Helena desliza de meias até a cozinha, a luz invernal da geladeira iluminando a garrafa de leite que ela traz debaixo do braço para a cama onde Horácio dorme amarelamente sob a luz do abajur.

Na manhã seguinte um vento oco irá arrrrrrastar as folhas de plátano secas que se grudarão nas melissas de Helena. Bem perto da rua voluntários da pátria alguém deverá recolher as roupas úmidas que pernoitaram no varal do oitavo andar.

2 Comments:

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1:33 AM  
Anonymous Anônimo said...

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